1) Quais as principais causas?
R: A maioria dos casos que atendo tem relação com ansiedade de performance. Surge na maioria das vezes da ansiedade do indivíduo mediante a uma possível relação sexual e dúvida da sua capacidade de agradar ou não a parceira. Nossa sociedade cada vez mais incentiva e cria padrões de performance mais altos que de alguma forma influenciam inclusive a atividade sexual desse indivíduo. A auto confiança desse indivíduo, a história de vida e sua personalidade também irão influenciar diretamente o transtorno.
2) Quais os principais tipos de transtornos?
R: Os principais transtornos que aparecem na clínica são a ejaculação precoce e problemas de ereção. Uma queixa também muito comum que está cada vez mais presente nos consultórios é a baixa frequência de atividade sexual entre os casais. O psicólogo também é sempre o último da cadeia a ser visitado em função do preconceito de lidar diretamente com a disfunção e tratá-la. Até chegar no psicólogo a maioria dos indivíduos já rodou diversos médicos de diversas especialidades.
Uma indicação básica para saber se o transtorno é psicológico ou orgânico é que no caso do psicológico o indivíduo pode não ter ereção na hora da relação sexual, mas tem ereção durante a noite, pela manhã conseguindo inclusive se masturbar.
3) Como o trabalho e suas tensões podem gerar transtornos sexuais?
R: A atividade sexual necessita de energia, disponibilidade e tranquilidade. O excesso de tensão, a falta de tempo, as expectativas irreais de performance podem alimentar esses transtornos e prejudicar a vida sexual das pessoas. O principal inimigo da falta de ereção por exemplo é a tensão. O excesso de adrenalina, o nervosismo e a dificuldade de ereção andam juntos. Em contrapartida, o excesso de pressão no trabalho, os diversos “gadgets” em casa, excesso de tempo em redes sociais, games, estão fazendo com que os casais tenham pouco contato em casa e em conseqüência diminuindo a frequência da atividade sexual.
4) Quais são os tratamentos possíveis?
R: Normalmente a terapia pode ajudar o indivíduo a entender melhor o que acontece, identificar possíveis disparadores, questões ainda não descobertas que tem relação com a sua auto estima e a performance desse indivíduo, e até trabalhar algum histórico traumático que essa pessoa já tenha desenvolvido em função de falta de êxito recorrente em atividades sexuais passadas. A terapia de casal em alguns casos pode também ser interessante.
5) Geração que toma muito remédio, mesmo sem a companheira saber…Pode ser considerado um transtorno?
À medida que o remédio causa uma dependência psicológica podemos considerar como algo que tem que ser cuidado. O culto excessivo a performance faz com que muitas vezes o indivíduo fique mais preocupado com a ereção e a duração do evento do que com o prazer.
6) Para quem é casado há muito tempo, quais as inseguranças?
Nesses casos o que mais se encontra no consultório é a hipoatividade sexual. A medida que os filhos nascem alguns casais esquecem da vida do próprio casal e a relação acaba esfriando. O excesso de pressão no trabalho e atividades também faz com que a freqüência de sexo diminua no casamento.
7) Para os solteiros, como agir com as expectativas? Bate a insegurança no solteiro quando para com uma companheira?
Em alguns momentos a insegurança pode bater, ainda mais quando a pessoa já teve experiências anteriores que não foram bem sucedidas e tem muito medo de errar. A principal coisa a fazer a deixar de prestar atenção em si próprio e prestar atenção no que interessa que é a relação sexual.
8 ) Quais os transtornos mais recorrentes e suas diversas faixas etárias?
Os transtornos masculinos mais recorrentes no consultório são a ejaculação precoce e a dificuldade de manter a ereção chamada disfunção erétil. Estima-se que mais de 50% dos homens entre 40 e 70 anos sofram de disfunção erétil em determinado momento da vida, entretanto esses transtornos podem ocorrer em qualquer idade.
9) Qual é o papel da mulher frente ao transtorno do namorado, marido. Como ajudar?
Como grande parte dos casos é de origem psicológica, o apoio da mulher é fundamental para que o indivíduo vença o transtorno. Nessa hora uma boa conversa e transparência é fundamental.
Em paralelo, a administração de remédios pode ser interessante e pode ser útil para alguns indivíduos.