Um dos principais motivos que levaram a inspiração desse artigo foi à quantidade de pessoas que reclamam no dia a dia que tem sofrido de insônia.

Quem por acaso não escutou alguém reclamar que não tem dormido bem nas últimas semanas?

O fato é que nossa qualidade de vida, nossa disposição para ver e encarar fatos bons e ruins pode ser bastante influenciada pela qualidade do nosso sono. Indivíduos com insônia tem prevalência de transtornos psiquiátricos duas a três vezes maior do que a população em geral, e o risco de desenvolver depressão chega a quadruplicar.

A insônia gera um custo enorme para a sociedade uma vez que indivíduos Que são acometidos por ela faltam mais o trabalho, tem sua produtividade decrescente, usam mais os serviços médicos, além de restringirem o seu convívio social e familiar. Se levarmos em conta o último fator, podemos ter não somente um prejuízo financeiro, mas também emocional afetando diretamente as relações familiares.

Na realidade, é comum termos períodos de insônia decorrentes de acontecimentos como divórcio, luto, apresentações importantes, ganhos ou perdas, como uma grande paixão ou uma mudança de emprego. Também temos aspectos fisiológicos envolvidos que podem ir desde uma apnéia (paralisação da respiração durante o sono), um transtorno, até uma higiene do sono inadequada como a ingestão de cafeína na hora de dormir, álcool, cochilos, programas de TV violentos, exercícios físicos intensos antes de dormir, cigarro, etc.

A maioria das pessoas dorme cerca de oito horas, entretanto, ao contrário do que o senso comum prega, a quantidade de sono pode variar de pessoa para pessoa, idade e de nada vale a quantidade sem a qualidade do sono, ou seja, o sono reparador.

A insônia quando passa a ser crônica pode muitas vezes ser um alerta do nosso organismo de que algo não está indo bem, ou seja, podemos estar trabalhando demais, ou com uma vida demasiadamente sedentária, hábitos pouco saudáveis, se alimentando de forma inadequada, com um possível quadro de stress ou até mesmo uma depressão.

O fato é que a insônia pode ser a “ponta de um iceberg”, e, levando em conta  que as pessoas raramente vão ao médico por estar com insônia, quando isso acontece é possível que esse indivíduo já esteja num grau avançado de depressão ou num quadro agudo de stress.

Segundo Martinez (JBP – 1993) aproximadamente 90% das pessoas deprimidas apresentam alguma anormalidade no sono, sendo a insônia quase regra em pacientes com quadros psiquiátricos.

Uma das principais medidas que os pacientes com insônia adotam é a utilização de álcool como sonífero, calmantes, compra de remédios inócuos de venda livre largamente anunciados na mídia, mas, sem comprovação científica  de sua eficácia. Essas medidas são paliativas e não tratam da causa da doença, retardando a procura de um profissional qualificado e podendo aumentar a intensidade dos sintomas.

O álcool, os hipnóticos ou ansiolíticos com certeza podem ajudar a iniciar o  sono a curto prazo, mas, a longo prazo além da qualidade de sono decrescer, surge o comportamento de adicção que pode gerar grande prejuízo aos seus dependentes.

Para garantir uma boa qualidade de sono existem algumas dicas básicas como:  fazer exercícios regularmente, refeições leves na hora de dormir, evitar cafeína ou álcool, não levar preocupações para a cama, criar um ambiente propício para o sono em silêncio, escuro e com uma boa temperatura, ouvir músicas relaxantes, um chá quente (sem ser verde) ou um banho quente podem também ajudar.

Mas se você tem convivido com uma história de insônia contínua e já experimentou diversas soluções alternativas de higiene do sono como as citadas acima, acupuntura, exercícios, yoga e nada disso adiantou, consulte um bom especialista. Com certeza conviver com esse pesadelo é que não vale a  pena!