Umas das maiores pesquisas da história da saúde mental envolvendo 17.000 indivíduos foi desenvolvida em San Diego pelo Centers for Disease Control and Prevention com o  objetivo de avaliar a associação entre maus tratos na infância e o bem estar e saúde na idade adulta.

A conclusão foi que mais de dois terços das pessoas dessa amostra sofreram algum tipo de abuso na infância e que esses abusos são causa e aumento de risco para: alcoolismo,  depressão, tabagismo, uso de drogas, suicídio, ansiedade, violência familiar, gravidez precoce,  parceiros sexuais múltiplos, isquemia cardíaca e uma série de outros.

Esse estudo mostra de forma concreta que temos um problema de cuidado na infância que se reflete numa série de doenças mentais na fase da adolescência e adulta. Estamos falando de falta de atenção, amor, tempo de qualidade e cuidado. E por mais que alguns pais em função do excesso de trabalho tentem compensar isso com brinquedos, tablets e uma viagem por ano nas férias, isso não é suficiente. Crianças precisam de atenção constante.

Um outro estudo desenvolvido pelo Dr. Bessel Van Der Kolk um dos maiores especialistas em trauma da atualidade com indivíduos denominados “borderlines” que tinham em sua história tentativas de suicídio, vício em drogas, álcool, anorexia, auto flagelação, entre outros,  mostrou que 87% deles tinham histórias de abuso e/ou negligência infantil antes dos sete anos de idade. E por incrível que pareça, depois de tratar esses indivíduos por três anos, os que tiveram  maior dificuldade em se recuperar foram os indivíduos que sofreram negligência em suas famílias e não necessariamente abuso.

Ou seja,  apesar da crescente utilização indiscriminada de remédios antidepressivos e ansiolíticos para tratamento de problemas relacionados a saúde mental, a maioria dos traumas de desenvolvimento não serão resolvidos com remédios. Os remédios funcionarão como um “antitérmico” que baixa a febre,  mas não resolverão a causa.

A boa notícia é que hoje existem diversos novos tipos de abordagens de psicoterapia baseadas nas novas descobertas da neurociência que tem ajudado milhares de adultos que tiveram uma infância difícil e traumas a terem uma vida de maior qualidade sem que tenham que ficar anos e mais anos nos consultórios. Dentre essas poderosas abordagens podemos citar o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprossessing), o Brainspotting e a Experiência Somática.

Por isso cuide de seu filho! Dê atenção e tempo de qualidade! Brinque com ele e veja o que acontece! O seu filho e o mundo agradecem! Ah! Mas também não esqueça de cuidar da sua saúde mental!

 

Eduardo Drummond – Psicólogo Clínico e Coach – CRP 05/35489 – www.azulpsicologia.com.br

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