A inspiração desse texto mais uma vez sai dos meus clientes, amigos e família. Família sim, pois psicólogo é de carne e osso e também tem problemas como todos. Na realidade, sai da falsa sensação de segurança que às vezes a infelicidade traz. Para ser mais claro, do equilíbrio que algumas pessoas alcançam na doença e muitas vezes permanecendo em uma vida de dificuldades.
De alguma forma a infelicidade deixa essas pessoas com a sensação de controle de suas vidas. Chamo essa situação de “Sindrome do Guerreiro”. Algumas dessas pessoas como todos na vida passaram por momentos de dificuldade ou provação. Momentos difíceis que muitas vezes as deixaram marcadas e com a sensação de que viver pode ser perigoso e pesado.
Para esses “Guerreiros” permanecer na tristeza pode trazer a falsa segurança de que pior não vai ficar. E se pior não dá para ficar, melhor deixar como está. Pelo menos não tem o risco de piorar mais ainda. E com esse pensamento vejo pessoas sofrendo por anos, e às vezes com coisas simples e não tão difíceis de resolver. Elas ficam presas a esse passado de dificuldades.
Alguns “Guerreiros Profissionais” passam a buscar as melhores oportunidades de sofrimento que o mercado oferece. É claro que niguém faz isso de forma consciente. Mas também não tem a clareza para para sair do buraco sozinho ou quando tem, perde-se anos nessa estagnação. A infelicidade passa a ser a zona de conforto e as boas oportunidades coisa do passado.
Noto no dia a dia da clínica que no geral não é difícil ajudar uma pessoa a sair de uma situação crítica de depressão ou doença. Com um pouco de técnica, aliança terapêutica e criatividade, a melhora cedo ou tarde acontece. É claro, depende dos recursos do cliente que tem seu processo próprio de melhoras, recaídas e conquistas. Cada um tem seu tempo.
Mas é quando os primeiros raios de alegria começam a aparecer que as pessoas tem suas primeiras recaídas. É mais uma vez a Síndrome do Guerreiro atacando! “Acho que estou começando a ficar feliz! E agora? Não estou acostumado com isso”. Algumas levam um bom tempo para se adaptar.
Para esses “Guerreiros”, se a felicidade está presente, é sinal de que ela está em perigo, e que em breve algum problema virá. E se você já está feliz a algum tempo, é sinal de que o problema está muito mais perto. É como cachorro que está acostumado a apanhar. Bateu o pé ele está longe!
Na real a única forma de lidar com isso é se abrir para a felicidade, pois quem se fecha para não sofrer, se fecha também para a felicidade. Seria fácil ser um ser catatônico que só está fechado para a tristeza. Mas quando nos fechamos, paramos de sentir. E sem sentir nos fechamos também para a felicidade. A felicidade implica em coragem. Coragem para arriscar, perder e ganhar. E sofrer também.
A unica proteção contra a infelicidade é a sua capacidade de se auto desenvolver e de saber que venha o que vier você vai lidar da melhor maneira com as adversidades. Isso não exime o sofrimento, mas pode melhorar a sua capacidade de resiliência. Ou seja, a habilidade de receber um golpe e retornar ao estado normal. De comemorar a cada dia a felicidade e a abundância que o mundo espera para lhe oferecer!
Não existe segurança fora de você, pois os fatores externos são imprevisíveis. Dificuldades fazem parte do caminho. Mas posso afirmar com certeza de que o mundo é próspero e a felicidade está dentro de você. A questão é achar a sintonia certa. A felicidade acontece de dentro para fora e demanda disciplina, determinação e transpiração! Com certeza dá mais trabalho do que sofrer!
Por isso digo que sofrer é fácil! Quero ver é ser Feliz! E a hora é essa!
Será que você conhece alguém assim?
Eduardo Drummond
Psicólogo Clínico e Coach
Terapeuta Cognitivo, Hipnose, EMDR e Brainspotting
CRP 05-35489
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